"Transmitir a mensagem é o serviço básico que a Irmandade de A.A. faz; este é o nosso principal objetivo e a principal razão de nossa existência. Agradeço a Deus por aqueles que vieram antes de mim, aqueles que me falaram para não esquecer os Três Legados: Recuperação, Unidade, Serviço." Tome um banco de três pernas, tente equilibrá-lo somente em uma perna ou em duas. Nossos Três Legados devem manter-se intactos. Na Recuperação nós conseguimos ficar sóbrios juntos; na Unidade trabalhamos juntos para o bem de nossos Passos e Tradições; e através do Serviço nós damos aos outros, de graça, o que nos foi dado". Uma das principais dádivas em minha vida tem sido saber que eu não terei mensagem para dar a menos que me recupere em Unidade com os princípios de A.A." *N.T: A Linguagem do Coração (ainda não traduzido). Para refletir: 1) Os termos: dar e doar: Ainda há os que entendem que doar é dar. Poderíamos até admitir que há similaridade entre os dois termos se não soubéssemos prioritariamente que dar é prerrogativa de qualquer ser, enquanto doar é privilégio só de alguns. Se tivéssemos como meta, distinguir doar de dar, faríamos facilmente dizendo: - Dá aquele que tem para dar. - Doa somente aquele que se inclui na doação. 2) O personalismo: No mundo atual, as pessoas procuram das mais variadas formas, construir o seu próprio mundo, edificar os seus próprios castelos, levantar o mais possível seus "EGOS", satisfazer da melhor forma suas vaidades, fortalecer o mais possível suas imagens e a despeito de tudo tirar o máximo de proveito de suas vidas. Logicamente, durante toda a atividade descrita acima, restam muitas sobras, e os seres humanos comuns utilizam-se dessas sobras para fortalecer suas imagens de belas figuras humanas. Como isto para nós alcoólicos, não tem qualquer significado! Como nós sabemos o quão pouco importante é dar sobras! 3) Como sentimos a verdadeira doação? Foi no momento em que alguém nos estendeu a mão e disse: "Venha comigo, sigamos o mesmo caminho. Vamos juntos encontrar a essência do bom viver." Quando este alguém, naquele exato momento nos disse isso, rompeu-se a nossa barreira com o mundo normal; sentimos que não éramos seres abjetos, despidos de qualquer pudor, incapazes de vencer os nossos próprios baixos sentimentos. A mensagem nos foi passada, nos foi doada a experiência e a autenticidade de se confessar igual. Tudo acontece na hora exata, mas não é necessário que aconteça uma só vez. Será que temos assumido a doação em seu sentido absoluto, professando-a em todos os nossos momentos? "O importante não é dar, é dar-se. Vivência 87 - Jan/Fev 2004 |