Dr. Oscar Rodolpho Bittencourt Cox Médico Obstetra – Ginecologista Presidente da JUNAAB – Conselheiro da Secretaria Antidrogas da Cidade do Rio de Janeiro. – Membro da Associação Brasileira de Estado do Álcool e outras Drogas ABEAD – Diretor Técnico Científico da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas ABRAD. Fator Biológico: - O corpo humano contém os órgãos genitais dos dois sexos em uma forma rudimentar. No curso do desenvolvimento normal, um dos dois conjuntos de órgãos é suprimido ou assume outras atividades, enquanto o outro prossegue sua evolução até que seja capaz de executar suas funções próprias. - Processo semelhante tem lugar na esfera psicossexual. Na infância as expressões sexuais são parecidas – criança tem atividade sexual não pro criativa, porém, libido infantil não tem objetivo é auto-erótica. Sublimação (Freud) – Processo que serve para estabelecer as barreiras que freiam os instintos sexuais de ambos os sexos. São desvios de idéias e sentimentos sexuais reprimidos para esferas sociais. Na adolescência: - começa o processo da busca do objetivo de sexualidade (esfera psicossexual) - começa o processo de diferenciação corporal e física do sexo (esfera física) - diferenciação da libido masculina e feminina. SEXUALIDADE FEMININA MAIOR TENDÊNCIA A REPRESSÃO E FORMAÇÃO DE RESISTÊNCIAS. A repressão sexual infantil nas mulheres origina a maior passividade do instinto sexual na mulher. SEXUALIDADE MASCULINA CARATER MAIS ATIVO. COMPONENTES AGRESSIVOS. O álcool atua sobre o instinto sexual suprimindo as resistências e aumentando a atividade sexual. A sublimação é eliminada pelo álcool. As perversões se tornam afloradas (oriundas de impulsos perversos das crianças – seres “polimorfo-perversos – Freud). Muitos crimes brutais são perpetrados em estados de intoxicação alcoólica. As filhas de Lot sabiam que o vinho derrubaria as barreiras do incesto e alcançaram seu objetivo embebedando ao pai. O álcool não perdoa também estas sublimações. O ÁLCOOL SUPRIME AS INIBIÇÕES MENTAIS O reaparecimento dos impulsos sexuais reprimidos incrementa a atividade sexual normal do indivíduo de modo tal que se tem a sensação de um aumento da sua capacidade sexual. O álcool atua como um estímulo do “complexo da masculinidade” (estamos familiarizados com a arrogância do macho o homem sente-se orgulhoso de ser o dominador e a mulher “o recebe”). Nas diversas culturas o vinho (bebida alcoólica) está ligado à procriação – ao sêmen – ao caráter erótico – à fertilidade: Riklin – 1908 “Wunscher Füllung und Symbolik im Mrchen – relata que em certa localidade o costume durante o festival de primavera era verter vinho através do regaço das virgens= manifestação simbólica do sêmen pelo vinho. A BEBIDA ALCOÓLICA REPRESENTA A FORÇA VITAL EM RAZÃO DE SEU EFEITO ESTIMULANTE. A identificação é estabelecida com firmeza: Há estreita associação entre proezas alcoólicas e sexuais. Quem não bebe é considerado “frouxo”. O homem começa a ingerir álcool na puberdade em época que deseja ser mirado como “um homem”, e se não bebe com os companheiros, é considerado uma criança. As “vantagens” das bebidas nunca são tão marcadas como no período em que começa a masculinidade. Se nos anos posteriores o homem perde sua potência sexual, se aferrará ansiosamente ao placebo álcool, se convertendo no substituto de seu minguante poder de procriação. A mulher apresenta um uso menor de álcool. Seu instinto sexual é menos ativo, pois, sua resistência contra seus impulsos, maior. É maior a repressão que padece em sua puberdade. UMA MULHER ESTIMULA AO HOMEM ATRAVÉS DE SUAS RESISTÊNCIAS PSÍQUICAS DO MESMO MODO QUE O HOMEM LHE AGRADA POR SUA ENERGIA INICIATIVA. Na puberdade, a mulher não tem nenhum motivo para recorrer ao álcool. O álcool suprimiria os efeitos da repressão, das resistências, significando a renúncia dos atrativos ao: Resultado do álcool: Facilitar transferência sexual. Remoção dos efeitos da repressão. Agudos e Crônicos Remoção das resistências. Os bebedores crônicos – Excessos emocionais – Grosseiramente confiados. Tratam a todos como “velhos amigos”. – Sentimentalismo pouco varonil. – Perda do sentimento de vergonha. – Todos os sentimentos delicados que tem sua origem na sublimação (Freud) estão destruídos. – Perda da capacidade sexual. – Efeito tóxico sobre as células germinativas. – Impotência sexual. ÁLCOOL = FALSO AMIGO. = SUBSTITUTO DA ATIVIDADE SEXUAL. O álcool não é abandonado. É identificado com sua sexualidade e utilizado como substituto. Funciona como uma espécie de perversão sexual, pois substitui o ato sexual, apesar de ser estimulante ao ato sexual. Segundo Freud: “Fixação de um fim sexual momentâneo”. Exemplo: Mirar o objeto sexual é condição normal, fonte de antecipação do prazer, porém, só o próprio ato sexual ocasiona a satisfação do prazer. Alguns pervertidos, sem dúvida, contentam-se em mirar. Os alcoólicos se conduzem da mesma maneira: o álcool excita os sentimentos sexuais, sendo apenas esta excitação o que o bebedor persegue e com isto perde sua capacidade para a atividade sexual normal. O BEBEDOR LUTA EM DEFESA DE SEU ALCOOLISMO, ESTE REPRESENTA SUA ATIVIDADE SEXUAL. Ciúme alcoólico: Descarrega seu sentimento de culpa sobre sua esposa = acusa de infidelidade. “PROVOCA O DESEJO, MAS PREJUDICA A EXECUÇÃO!” (William Shakespeare na peça: MACBETH) Vivência nº 105 – Janeiro/Fevereiro/2007. |