Será que sou grato? Em todas as reuniões de Alcoólicos Anônimos é lido o Pr4eâmbulo da nossa Irmandade que diz "sermos autossuficientes graças às nossas próprias contribuições", nos remetendo ao exercício da Sétima Tradição que acrescenta "rejeitarmos quaisquer doações de fora". A decantada autosuficiência torna-se uma inverdade quando constato que o meu Grupo-Base, há algumas décadas, funciona num espaço físico cedido graciosamente por uma igreja ou um posto de saúde ou um colégio e outros espaços semelhantes. Vez por outra, somos impedidos de realizar as reuniões em função de eventos nestas instituições. Os anos vão passando, e o grupo continua se submetendo as condições impostas pelos proprietários do espaço cedido. E, nós, vamos para cabeceira de mesa dizer que somos gratos! A maioria de AAs, que seguem o Programa de Recuperação, vão aos poucos melhorando a sua situação financeira, mas o valor apurado nas sacolas dos grupos continua minguado. Parece que há um bloqueio em relação à contribuição para a Irmandade. Os Órgãos de Serviço funcionam de uma forma precária. A maioria está sempre no vermelho. Alguns grupos não elegem o RSG por não ter condições financeiras para arcar com as despesas de deslocamento do mesmo para as reuniões do Distrito, CRs e Assembleias. A aquisição do Relatório da Conferência de Serviços Gerais, receita necessária para que a mesma ocorra, é outro ponto de grandes dificuldades para os grupos. Não nos conscientizamos da necessidade em mantermos nossos Escritórios de Serviços, cujas despesas, por maior que seja o controle, periodicamente sofrem reajustes na forma da legislação em vigor. E continuamos a dizer que somos gratos! A gratidão deve ser expressa com a minha frequência nas reuniões. Quando me ausento, deixo de exercitar a Primeira Tradição e enfraqueço a Unidade; a Quinta Tradição, não compartilhando a experiência e não transmitindo a mensagem; a Sétima Tradição, não contribuindo na sacola diária. Isso é o mínimo que devo fazer. Não só pela minha sobriedade, mas, também, para tornar possível que os grupos e os demais Órgãos de Serviço continuem fazendo realmente de A.A uma sociedade de Alcoólicos em ação. Não nos esqueçamos de que tudo começa no grupo. E que comece por mim! Vivência nº 129 - Jan/Fev 2011 |